“Flutua”: saberes, experiências e direito de existência queer surda nas discursividades de um clipe musical

Resumen

Com influências dos Estudos Visuais problematizamos questões acerca dos saberes, experiências e direito de existência queer – de forma mais específica do homem surdo gay, cuja precarização social incide interseccionalizando suas marcas. Para tanto, buscamos nas cenas do clipe da música “Flutua” (2017), composta por Johnny Hooker, os elementos para discutir a invenção de si em meio à violência brutal do preconceito. Ao interrogar nas narrativas filmicas determinados modos de apresentação que interseccionam marcadores de diferenças, nos centramos no corpo surdo e gay enquanto imagem e produção de significados dissidentes. Com o clipe dirigido por Roberto Spencer, constatamos que as categorias linguísticas não dão conta da complexidade imagética do amor afetivo-sexual. A fotografia do clipe produziu versões ficcionais em que homens são centrados na figura de personagens gays surdos em meio à canção interpretada por um homem gay branco (Johnny Hooker) e uma mulher transexual negra (Liniker), em seus afetos foram emergidos núcleos de afirmação: a existência surda, gay e apaixonada