As diversas temporalidades de Torto Arado
Resumen
Torto arado, romance de Itamar Vieira Jr. publicado em 2019, está dividido em três grandes partes, cada uma delas narrada por uma personagem diferente. As duas primeiras, em que as irmãs Bibiana e Belonísia têm a palavra, estão atravessadas por dicotomias que não são estranhas ao pensamento social brasileiro e às suas manifestações culturais: entre a narradora que viaja e tem o que contar e aquela que fica e conhece as histórias e tradições da terra; entre a autoridade patriarcal, assentada na lógica do favor, e o engajamento social; entre a necessidade de se respeitar os preceitos religiosos e o desejo de viver sem as limitações implicadas. A narradora da terceira parte, Santa Rita Pescadeira, por sua vez, apresenta dilemas particulares, que colocam em questão sua própria existência num mundo em que parece perder a razão de ser. Este artigo busca apresentar uma interpretação desse conjunto de contradições, com especial atenção a uma outra que, embora já presente nas duas primeiras, se torna mais concreta na terceira parte: a que existe entre uma temporalidade que avança no tempo e começa a garantir direitos sociais à comunidade de Água Negra, situada na região rural da Bahia, e a necessidade de se preservar uma tradição ancestral, cuja função de fortalecimento dos sujeitos em situação de precariedade já não opera mais na mesma chave de outrora.
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Itamar Vieira Junior (2019). Torto arado. São Paulo: Todavia.
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ISSN 2718-6571 (en línea)
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