História da Mulheres e Relações de Poder: desdobramentos e perspectivas
Coordinadoras: Marinete Aparecida Zacharias Rodrigues (UEMS), Viviane Scalon Fachin (UEMS), y Luciana Branco Vieira (ABMCJMS)
“A violência contra as mulheres como tema de ensino de história: perspectivas e abordagens”
RODRIGUES OLIVEIRA, Susane (Universidade de Brasília, Brasil) susanero@gmail.com
Resumen: Esta comunicação apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a violência contra as mulheres nas narrativas dos livros didáticos de história aprovados no Programa Nacional do Livro Didátio (PNLD) de 2018 para o Ensino Médio no Brasil. Trata-se de análise discursiva atenta às representações (textuais e imagéticas), performances e interseccionalidades de gênero/raça/classe que tais enunciados ativam e põe em circulação no conhecimento histórico escolar, promovendo cultura histórica e modos de subjetivação. Nesta análise, observa-se que os livros didáticos não só perpetuam a violência epistêmica contra as mulheres, mas também educam as formas de ver, sentir e tratar essa violência no tempo presente. A epistemologia dominante na escrita da histórica escolar ainda permane com traços sexistas e racistas, mesmo diante das políticas curriculares de controle das imagens que circulam nos livros didáticos sobre mulheres, indígenas e afro-descendentes. Cabe aos/às professores/as a tarefa de historicizar e problematizar o tema da violência contra as mulheres nas aulas de história, lançando questionamentos que possibilitem a difusão de uma cultura histórica onde o sexo/gênero seja compreendido não como uma dimensão particular/privada da existência humana, mas sim pública, política e de impacto geral na história das coletividades. Apontar o caráter histórico-cultural, interseccional e sistêmico da violência de sexo/gênero na história, constitui uma estratégia didática fundamental de combate e desconstrução dos esforços do patriarcado em invisibilizar e privatizar todas as formas de violência contra mulheres. Com o apoio de estudos feministas interseccionais e decoloniais, apresentamos algumas discussões historiográficas e pedagógicas que possam subsidiar as práticas de ensino de história engajadas na educação para a igualdade de gênero/raça/classe e o combate à violência contra as mulheres.
“Lenin y la mujer cruel escarlata”
LEONZO, Nanci Leonzo nleonzo@uol.com.br
Resumen: Nadezhda Konstantinovna Krupskaya (1869-1939), conhecida pelos íntimos como Nadya, passou à posteridade como a viúva de Lenin. Companheira fiel do líder revolucionário, desde meados de 1896, abandonou, d+durante anos, seus projetos educacionais em prol dos intentos políticos de seu esposo, resignando-se, inclusive, a aceitar suas infidelidades amorosas.c O interesse de Nadya pelas humanidades desenvolveu-se aos 21 anos de idade, no momento em que, segundo uma ativista contemporânea, começava a se formar, junto às massas trabalhadoras da Rússia, uma consciência de classe. Krupskaya, estudando Marx, individualmente e nos chamados círculos estudantis, convenceu-se, antes mesmo de seu encontro com Lenin, de que o marxismo não era um dogma, e sim um guia de ação. Foram seus anos atuando como professora, em uma escola noturna, que teriam inoculado sangue vivo em seu marxismo e a unido, para sempre, à classe trabalhadora. O casal viveu prolongados exílios e sofreu momentos de extrema penúria, sobrevivendo às custas da mãe de Lenin e de alguns líderes bolchevistas. Mesmo assim, Kruspskaya declarou: “Nosso exílio não foi muito ruim. Foram anos de estudos sérios. Lenin era hipocondríaco e ela passou a vida conjugal cuidando de sua débil saúde, até que Stalin tentou afastá-los. Contudo, ao que tudo indica, esteve presente nos seus derradeiros dias. Com a morte do esposo (1924) e vencida a oposição de governamental, dedicou-se, integralmente, ao seu tema preferido: a organização juvenil do Partido Comunista da Rússia. O codinome megera escarlate lhe foi atribuído por um correspondente internacional que atuava em Paris, na primeira agência de notícias criada na França (1835) de nome Havas. O ideário comunista de Krupskaya não pode ser contestado, mas sua submissão a Lenin, na condição de mulher e esposa, fornece indícios sobre uma contradição que merece ser explorada.
“Mulheres de Axé : Relação de Gênero e protagonismo feminino no terreiro de Umbanda”
DOS REIS, Moita Paula (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil) paulamoita2@gmail.com
Resumen: O presente artigo se propõe a apresentar o terreiro de umbanda como espaço de protagonismo feminina através das práticas de libertação e tomada de consciência oportunizada pelas ações que o lugar oferece sob chancela espiritual. O trabalho foi observado em um espaço religioso, de matriz afrobrasileira, umbandista denominado Centro Espírita Justiça e Amor, localizado no bairro da Abolição, na Zona Norte do Rio de Janeiro – RJ, Brasil. Tem por objetivo evidenciar que no espaço religioso, ainda que marginalizado socialmente, é possível a desconstrução e libertação dos preconceitos e normas patriarcais que excluem as mulheres de seus direitos, estigmatizando e impossibilitando-as de exercer seus direitos civis e sociais. A observação, as entrevistas com envolvidos/as nas ações e com as mulheres protagonistas desse processo servem de base para a construção desse ensaio. Analisando a cultura presente no terreiro de religião de matriz afrobrasileira, mais especificamente a umbanda, enquanto instrumento de transmissão, transformação e reinvenção de cultura, saberes e fazeres, percebe-se a força desses espaços na construção de uma sociedade igualitária, com base no protagonismo das minorias historicamente marginalizadas pela sociedade.
“Juventudes Agrarias Cooperativistas e integración femenina entre 1930 y 1950.Cambios y permanencias.”
LOPEZ, Celia Gladys (IEPAS /CGCYM, Argentina) celialopez50@yahoo.com.ar
Resumen: En el lapso transcurrido entre las décadas mencionadas, el feminismo, respecto a las Juventudes Agrarias Cooperativistas, dio palpables muestras de integración, activismo y genuina participación en espacios, actos y decisiones que por largo tiempo le fueron vedadas. ¿Cómo y porqué se dieron estas situaciones? ¿Cuánto tuvo que ver el creciente éxodo rural con dicha integración? ¿Qué diferencias encontramos en las políticas de Estado implementadas antes y después de 1946? Es nuestra intención responder a esos interrogantes munidos de la compulsa documental primigenia de los valiosos archivos de las entidades cooperativas, en especial de las pioneras, de sus interesantes boletines informativos, de los periódicos agrarios de época, claros y orientadores en sus editoriales y noticias, de la profusa documentación y aparato de difusión del estado a partir de 1946 y, sobre todo, de la rica serie de entrevistas programadas realizadas a los directos responsables de estos cambios tan promisorios para la mujer rural y su entorno familiar.
“Mulheres e prevenÇao da violencia de genero na america latina”
ZACHARIAS RODRIGUES, Marinete Aparecida (UEMS, Argentina) marizak@uems.br
Resumen: O aumento nos índices da violência contra as mulheres em muitos países da América Latina tem sido foco de debates e estudos que buscam explicar quais são as causas para esse fenômeno que acomete milhares de mulheres em diferentes espaços de sociabilidade. Identificar os padrões de comportamentos que produzem e reproduzem os atos de violência contribui para ampliar o acesso feminino aos direitos civis, políticos e sociais. Nesse sentido, as novas leis criadas pelos países latino americanos se configuram como avanços na promoção dos direitos das mulheres de viver uma vida sem violência. Entretanto, não podemos perder de vista que ainda permanecem muitas zonas de invisibilidade no que diz respeito à violência envolvendo mulheres nos ambientes público e privado. O altos índices de homicídio de mulheres por questões de gênero justificou a criação pelo governo brasileiro, em 9 de março de 2015, da lei 13.104, conhecida como a Lei do Feminicídio. Esta foi a forma encontrada para combater o assassinato de mulheres. O feminicídio é caracterizado como um crime hediondo, pois é uma forma extrema de misoginia, e uma espécie de ódio e repulsa contra as mulheres. Atos como abuso sexual, espancamento, escravidão sexual, agressão física e psicológica, negação de alimentos, tortura e estupro são apenas algumas das causas que levam ao feminicídio, que é o extremo da violência praticada contra uma mulher. Este artigo tem como objetivo trazer uma reflexão a partir das estatística que apresentam dados da violência contra as mulheres em países da América Latina. Além disso, buscar-se-á conhecer a legislação aprovada em países latino americanos, que objetivam proteger, combater e eliminar todo tipo de violência que acomete as mulheres em espaços públicos e privados. Neste quesito algumas sociedades apresentam lentidão e/ou avanços importantes em leis e políticas públicas, medidas que podem influir positivamente para diminuir as taxas de mortalidade e maus-tratos contra as mulheres e seus filhos.
“Mulheres: contexto e relaÇoes de poder dos anos de 1960 a 1980”
ZACHARIAS RODRIGUES, Marinete Aparecida (UEMS, Brasil) marizak@uems.br
CAMARGO DE SOUZA, Ana Clara (UEMS, Brasil) Ana.clarinha.s08@gmail.com
Resumen: Este trabalha busca desvelar a imagem das mulheres dos anos dourados de 1960 a 1980, qual perfil da mulher moderna tínhamos colocado pela sociedade no Estado de São Paulo. Procuramos analisar aspectos da trajetória da mulher a partir dos adjetivos e termos qualificadores de sua atuação a partir das mídias, tais como, as revistas femininas do período que se dedicaram em publicar matéria direcionado às mulheres. Muitas destas revistas se colocavam como confidentes das mulheres, era o espaço de diversão, entretenimento, relacionamento, e suporte para divulgação de normas de conduta e comportamento, causavam impacto nas mulheres e nas sociedade. Ao mesmo tempo, essas revistas reforçavam padrões de costumes, moda, beleza para a época, as mesmas apoiadas pelo mercado declaravam slogans para impulsionar o consumo de bens, fomentavam a participação feminina por meio de campanhas cujos exemplos eram mulheres, que ficaram conhecidas por se tornarem sex symbols de grandes marcas de produtos e referência de beleza. A saída das mulheres dos espaços privados para os espaços públicos é fundamental para a reestruturação do pós guerra que aconteceu naqueles anos. Buscamos destacar também como as mulheres lidaram com o regime militar no Brasil, período marcado por grande censura, opressão e intenso conservadorismo, que foi um dos principais fatores a marcar a presença das mulheres nos espaços públicos. Optamos por analisar a questão a partir do Estado de São Paulo, lugar onde ocorre as grandes mudanças vinculadas ao surgimento de movimentos sociais, sindicatos, espaços nos quais a luta feminina ganha voz e espaço, para logo em seguida, adentrar as universidades e setores privados. Buscamos explanar os aspectos evolutivos da emancipação feminina a partir dos dizeres "rainha do lar" no espaço privado, e a "mulher moderna" no espaço público, com voz, poder e representatividade. Palavras-Chave: emancipação feminina; modernidade; representação, São Paulo.
“Apontamentos sobre a Participação Feminina no Exército Brasileiro.”
GUAZINA DE QUADRA, Gabriela (UEMS, Brasil) gabiquadra83@gmail.com
Resumen: A participação feminina no Exército Brasileiro aconteceu de forma mais efetiva a partir da Segunda Guerra Mundial. Naquele primeiro momento as mulheres ingressantes eram chamadas para atuar como enfermeiras. Se apresentaram como voluntárias para atender quatro hospitais no Estados Unidos da América, tornaram-se as primeiras mulheres a ingressar na forças armadas brasileiras. A partir de 1996 outras profissões exercidas por mulheres, como a de médica, veterinária, dentista, contadora, analista de sistemas, professora, entre outras, foram incorporadas ao serviço militar. As primeiras análises da minha pesquisa apontam que a inserção de mais mulheres no corpo do Exército brasileiro se deu em consonância com as lutas e conquistas femininas no século XX. Os dois processos estão imbricados, portanto, quais foram as ações femininas que contribuíram para fomentar a inserção das mulheres no Exército? Existem limites para a participação das mulheres em determinadas funções dentro do Exército? Em quais funções as mulheres tem atuado nesta Instituição? Muitos são os questionamentos a respeito desta temática. Nesse sentido, este artigo procura apresentar alguns apontamentos referentes aos primeiros resultados da pesquisa em andamento. Buscamos trazer uma reflexão sobre uma temática complexa, mas essencial para a compreensão das conquistas femininas no século XX.
“Acesso à direitos mulheres assentadas e a propriedade da terra no Brasil”
SACALON FACHIN, (UEMS, Brasil) Viviane sfviviane@uems.br
Resumen: Propomos, neste estudo investigar os caminhos percorridos pelas mulheres assentadas e daquelas que atuam junto aos Movimentos Sociais de luta pela Terra, no período pós Constituição Federal Brasileira (1988), no intuito de compreender o processo de conquista do direito à terra, considerando que o I Plano Nacional de Reforma Agrária (IPNRA) foi promulgado em 1985 e os Planos Regionais de Reforma Agrária em 1986n e, embora essa legislação preconize direitos iguais para homens e mulheres, somente em 2003, por meio da Portaria n.º 981, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) estabeleceu que as mulheres poderiam ser titulares de lotes da Reforma Agrária e, posteriormente, por meio da Instrução Normativa n.º 38 de 2007 os processos de titulação dos lotes distribuídos anteriormente à 2003 passaram a ser regularizados com a inclusão dos nomes das cônjuges parceiras/companheiras. Inferimos que essa conquista é resultado de uma luta intensa das mulheres que participam dos diversos movimentos sociais que buscam justiça social e direitos. É o movimento/articulação dessas protagonistas que nos interessou acompanhar por meio de pesquisas de campo, nos Projetos de Assentamento (PA) Itamarati I e II visto a diversidade de Movimentos Sociais presentes na organização e coordenação desses PAs. Buscaremos com esse estudo investigativo demonstrar como tem sido a participação das mulheres na construção desses locais de socialização.
“Politicas publicas para mulheres no Brasil: avanços e recuos.”
ESPINDOLA SIVIERO OLMEDO, Rhaissa rhaissaespindola@yahoo.com.br
Resumen: Falar das conquista das mulheres brasileiras em matéria de políticas públicas perpassa necessariamente pela história dos movimentos feministas pela igualdade de gênero no Brasil, mas já no Brasil Imperial em 1827 por exemplo que surge a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que frequentassem as escolas além do ensino primário, mas ainda assim não podiam frequentar a faculdade. A luta por direitos democráticos e civis foram os primeiros encabeçados pelas feministas. Após a conquista do direito ao voto, estabelecido pela Constituição Federal em 1934, as mulheres passaram a ocupar maior espaço no eleitorado do País. Em 1962 temos a criação do estatuto da mulher casada. Em seguida vieram as lutas por direitos sexuais e reprodutivos como a possibilidade do uso da pílula anticoncepcional. A partir da década de 80 a luta das feministas foi encabeçada pelo fim da violência contra mulheres. A criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres com status ministerial e sua interiorização com a criação de OPMs (Organismos de Proteção às Mulheres), das delegacias especializadas, Lei Maria da Penha, além da Lei do Feminicídio que tornou hediondo a morte de mulheres em razão do gênero, o canal de atendimento 180 dentre outros são considerados avanços num cenário nacional de conquistas e recuos. Dentre o que podem ser considerados perdas de direitos para as mulheres brasileiras está a reforma trabalhista como revogação do artigo que previa que a mulher tinha o direito de usufruir de 15 minutos de intervalo antes de iniciar a prestação de horas extras, em tempos de crise econômica e política o Brasil vive um cenário de incertezas quanto a essas conquistas e sua permanência na sociedade brasileira, as conquistas das minorias são sempre as primeiras a serem sacrificadas sob o viés do corte de gastos e das reformas. Possibilitar que tais conquistas sejam permanentes no ideário nacional, elevando as políticas públicas para mulheres como uma agenda permanente do governo são os desafios a serem discutidos e enfrentados neste trabalho.Palavras-chave: Políticas Públicas. Mulheres. Avanços. Recuos. Brasil.
“O padrao de beleza do feminino na modernidade”
DOS SANTOS DUARTE PAVAO, Josymare (Brasil) josymarepavao@hotmail.com
Resumen: Este trabalho tem por objetivo explicar e avaliar como ocorreu o avanço da participação da mulher no dia de hoje, como as mulheres conquistaram direitos mínimos, suas lutas para ocupar espaços aos quais não tinham acesso, por meio da ação que mulheres corajosas desempenharam para garantir seu lugar ao lado dos homens no mercado de trabalho, provendo o seu próprio sustento. Assim, iremos tratar sobre a situação da mulher no mundo contemporâneo e os embates que enfrentaram para vencer o preconceito e se impor como iguais perante os homens sem perder, nessa trajetória, sua feminilidade. Percebemos que essa mudança, que teve avanços e recuos, implicou em assumir novos papéis e em um contexto em que o corpo é influenciado pela cultura da beleza exterior e tem sido um dos agentes para o crescimento do consumo, no mercado capitalista. Diante da propagação de beleza, atualmente imposto pela mídia, os corpos têm sido determinados por padrões estéticos e a indústria da beleza tem crescido constantemente. Em nossa sociedade, a questão de aceitar ou não o corpo como ele é, tem feito com que as pessoas, em sua maioria as mulheres, recorram a procedimentos estéticos que alteram não somente sua aparência, mas toda sua estrutura. Procuramos neste estudo apresentar, por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, em que medida essa busca incessante por um padrão de beleza, interferiu na aceitação, pelas mulheres de seu próprio corpo, de suas características de nascença e o quanto as tentativas de atender aos padrões de beleza impostos as atingiu e interferiu em suas vidas. Palavras-chave: mulher, beleza, estética. [1] Graduanda de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Brasil. [2] Doutora em História, professora adjunta da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) – Brasil.
“Efeitos dda lei maria da penha no municipio de AMAMBAI-MS”
GOMES DA SILVA, Edinalva (Brasil) edinalvagsg@gmail.com
Resumen: Buscamos com esse trabalho de conclusão de curso, avaliar a implantação da Lei Maria da Penha, Lei n.º 11.340/2006, bem como averiguar os obstáculos que se contrapõe a efetivação da aplicabilidade dessa legislação em Amambai, estado de Mato Grosso do Sul (MS). Por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, realizada no âmbito da Delegacia Civil da referida cidade, pudemos constatar, até o presente momento, o registro de um elevado índice de casos de violência contra mulheres no município. A lei Maria da Penha foi sancionada por Luís Inácio Lula da Silva, durante seu mandato como Presidente da República do Brasil, em 07de agosto de 2006 e entrou em vigor no dia 22 de setembro do mesmo ano. O que nos levou a tentar compreender as razões de sua criação foi o interesse em verificar em que medida a promulgação desta lei impulsionou as denúncias de agressão às mulheres. Com este intuito, além das pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, fizemos entrevistas com vítimas de violência doméstica e observamos que não são todas as mulheres que sofrem agressão que vão a delegacia registrar a violência a que foram submetidas, embora essa lei tenha sido criada com o objetivo de inibir e/ou diminuir os casos de violência, punindo o agressor e a favor, principalmente das mulheres que são as que mais sofrem com violência doméstica, não tem sido cumprida essa função. Palavras-chave: Violência. Proteção. Punição.
“El rol de la mujer en la gestión de conflictos. Líderes feministas en las FARC: el Acuerdo Final (Colombia, 2012-2016)”
MANZUR MIGUEL, Diana Graciela (Brasil) dgmanzurmiguel@gmail.com
Resumen: La perspectiva del feminismo en el ámbito de las relaciones internacionales es útil para visibilizar el rol de la mujer y desmitificar todos aquellos supuestos que dan por sentado el rol de poder desde la masculinización como requisito indispensable. Se trata de una propuesta intelectual que demanda la coyuntura para democratizar el ejercicio del liderazgo. Es en estos términos, que surge la pregunta acerca de cómo se desarrolla el liderazgo feminista, entendido éste como un proceso de empoderamiento de las mujeres. La aptitud del líder desde tiempos inmemorables ha sido relacionada con el hombre y con las características de la masculinidad, motivo por el cual es interesante demostrar cuál es el aporte que realizan las lideresas en ámbitos sumamente machistas arraigados en la cultura patriarcal. La decisión metodológica de abordar este caso con una estrategia cualitativa, basada en la revisión bibliográfica, documentos y material audiovisual, tiene su fundamento en que se trata de un hecho paradigmático: el conflicto entre las FARC-EP y el Gobierno de Colombia si bien data desde hace 50 años, recién en el año 2012 el tema volvió a insertarse en la agenda política cuando se retomaron las negociaciones del llamado Acuerdo Final, con un acercamiento que indica la voluntad de la conclusión definitiva del conflicto con el paso a una paz verdadera, consolidada y estable. El Acuerdo de Paz incluye el enfoque de género, incluso una Subcomisión de Género, hecho inédito en anteriores intentos de negociación, como un necesario reconocimiento a los derechos de las mujeres que fueron vulnerados históricamente en este conflicto y una garantía a la reparación y al cumplimiento de sus derechos humanos en adelante. Palabras clave: FARC, liderazgos, feminismo, Acuerdo Final, paz
“No interior do cangaço: A vida aperreada das Cangaceiras”
MENDES, Irenice (Brasil) Vitor mendeirenice@outlook.com
Resumen: No interior do cangaço: A vida aperreada das Cangaceiras. Este trabalho traz uma abordagem histórica do cangaço, buscando ressaltar a presença da mulher nesse movimento ocorrido no sertãonordestino. O objetivo é discutir a inserção (voluntária e involuntária) das mulheres nos bandos,as práticas e as condições de “ser mulher” no interior do cangaço.Procuramos tambémrefletir e discutir os papéis atribuídos as cangaceiras, aatuação delas nos embates em que estiveram envolvidas, a preocupação com a beleza, a utilização de joias e acessórios, e a complexidade de suas vestimentas que, traduzem um determinado perfil de mulher que quebra a representação do modelo de mulher/feminina característico da década de 1930. Através desta pesquisa, pretendemos contribuir de forma esclarecedora e objetiva sobre os fatores pelos quais a mulher entrou nocangaço, o papel desempenhado por elas, as influências que exerceu sobre ocangaceiro e sobre o movimento a partir de sua presença. Esperamos assim, quebrar alguns estereótipos a cerca do cangaço e da cangaceira e dar visibilidade as mulheres que em grande maioria tem seu papel reduzido na História. Este trabalho será embasado em bibliografias especializadas no tema proposto, monografias, dissertações e teses. Em obras de memorialistas, acervos de museus e outras fontes como: depoimentos orais acessados via internet, documentários, filmes, fotografias, notícias do período (imprensa) e literatura de cordel, que é uma fonte histórica riquíssima para entendermos as relações e a cultura nordestina. Palavras chave: Mulher – Cangaço – Cangaceira –Feminilidade.
“Simbologia e poder feminino em Leite Derramado: Matilde como símbolo de resistência ao machismo patriarcal”
BARROS DE SOUSA LIMA, Elizabete (Brasil) elizabete.bs001@gmail.com
Resumen: O romance Leite Derramado, narrado por um narrador enfermo, se desenrola em torno das memórias que o protagonista tem em relação a vida passada, que se resume, especificamente, na figura da esposa que o abondou. Com isso, a exemplo da personagem Capitu, de Machado de Assis, apresenta uma mulher que luta contra a coisificação de sua identidade, em vista de ser reconhecida apenas com um corpo bonito, sem pensamentos e capacidade de raciocínio. Dessa forma, este trabalho se propõe a investigar a simbologia da mulher do limiar do século XX: suas resistências para reafirmação de direitos e vontades perante uma sociedade a qual a enxerga apenas pela lente da objetificação. Para alcançar esse objetivo, trabalhar-se-á com as teorias de Célia Regina Jardim Pinto (Uma história do feminismo no Brasil), Judith Butler (Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidades), Carole Pateman (O contrato sexual), Heleieth Saffioti (Gênero, patriarcado e violência), entre outras teorias. Palavras-Chave: Leite Derramado. Matilde. Corpo. Objetificação. Identidade.
“Empadao goiano: iguaria intersticial como/em papel femenino”
TAHIS PÉCLAT, Glaucia glauciapeclat@uems.br
Resumen: A presente proposição tem como objetivo versar sobre o papel das mulheres vilaboenses que atuam com o modo de fazer empadão goiano – iguaria que expressa valores culturais e práticas tradicionais na antiga Vila Boa de Goiás, hoje Cidade de Goiás, Patrimônio da Humanidade. A história objetivada de cada uma dessas mulheres foram e ainda são ponto de apoio e referência para atitudes importantes em momentos incisivos. Elas consolidam, ao longo de décadas, uma função de protagonistas que dirigem muito mais que a cozinha; gerem a vida social e reuniões políticas decisivas. O problema norteador da pesquisa está relacionado às formas de adequação da mulher à vida privada, sua interseção com a esfera pública, através de redes de sociabilidades e intersticiais. A investigação foi realizada mediante o levantamento de narrativas orais, visuais, bibliográfica e busca em poemas de Cora Coralina. O caminho teórico e de método por mim trilhados, basearam-se no conceito de memória a partir das seguintes categorias: memória política, enquadrada e compartilhada. Palavras-chave: empadão goiano, mulheres, patrimônio imaterial, memória compartilhada.
“Do social ao constitucional: A lei 12.034/2009 e o fenómeno das candidatas laranjas - uma análise dos impactos, ampliações , limites e efeitos da lei de cotas nos pleitos eleitorais em mato grosso do sul”
TEODORO COMIN, Jaqueline (Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil) jaquelineteodoroc@gmail.com
SALETE MENEGAT, (Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil)
Alzira AlziraMenegat@ufgd.edu.br
Resumen: O artigo consiste em uma análise dos efeitos lei de cotas nas candidaturas políticas por sexo, esta 12.034/2009, discutindo como foi elaborada, sancionada, quais os impactos sociais e partidários, ampliações, limitações, a relação da implantação da mesma com o número de candidatas presentes nos pleitos eleitorais em Mato Grosso do Sul (Unidade Federativa do Brasil), bem como a correlação com número de mulheres eleitas, se ocorreu um aumento, se manteve ou decresceu, verificando se este percentual está sendo cumprido nas eleições a partir de 2010 à 2018, considerando o ano de implantação da lei. Ponto fundamental desta análise é a ocorrência das mulheres candidatas com 0 voto, ou conhecidas popularmente como “laranjas”, “fantasmas”, em busca de compreender como os partidos fomentam condições de participação feminina ou apenas “cumprem tabela” com a lei de cotas. Além disso, iremos perceber quais as estratégias usadas pelos partidos para manter o poder na ordem dominante patriarcal, bem como a sub-representação das mulheres neste espaço. O caminho percorrido será através de um resgate histórico da condição social das mulheres nas constituições brasileiras visando a tradução da mentalidade e conduta de cada período em relação as mesmas e a atuação do movimento feminista brasileiro, as conquistas e direitos conseguidas pela atuação deste. A metodologia utilizada se da por meio de uma pesquisa de natureza qualitativa de campo, no estado de Mato Grosso do Sul e tem base uma analise documental, com fontes numéricas coletadas da página online do Tribunal Superior Eleitoral brasileiro e do Tribunal Regional Eleitoral de MS, os quais revelam o número de candidatas femininas disputando os cargos eleitorais, bem como as eleitas. O objetivo consiste em compreender a representação política feminina no MS e a relação da lei com a prática social frente a atuação dos partidos políticos. Esta análise nos levará a compreender como esta vem influenciando a realidade das mulheres para além do que está no papel/constitucional/lei, evidenciando as estratégias que mantem as estruturas de poder no campo político institucional, mantendo a ordem dominante masculina, hierárquica e desigual, onde as mulheres se encontram sub-representadas. Assim, queremos mostrar as mulheres enquanto sujeitos históricos buscando transformar as relações patriarcais e desiguais.
“Impresso mato - grossense A Cruz: um estudo acerca das representações das mulheres católicas do início do século XX (1910-1920)”
OLIVEIRA CARLOS, Ana Carolina (Brasil) anacarolinaocarlos@gmail.com
Resumen: O presente trabalho busca elencar estudos a respeito da temática: História das mulheres e das Relações de Gênero, especificamente, na utilização das fontes primárias e bibliográficas, partindo de uma análise de matérias jornalísticas juntamente ao aporte teórico necessário e selecionado. O objetivo principal desta pesquisa é analisar as representações de gênero no jornal católico mato-grossense A Cruz, no espaço temporal dos anos da década de 1910 a 1920 do século passado. A seleção das informações priorizou as notícias com citações que retratavam o cotidiano das mulheres na época e quando e em quais condições estas notas jornalísticas foram publicadas. A parte metodológica da pesquisa está pautada na análise de fontes primárias como o principal objeto de estudo, ou seja, a escolha foi o periódico católico A Cruz, em que se levantou um importante material documental, sendo necessária uma prévia triagem e escolha por pontos de relevância para a seleção e classificação desse material, bem como a contribuição da pesquisa bibliográfica referentes ao tema que é fundamental para que haja a compreensão destas manifestações públicas, como foi constatado neste jornal mato-grossense. Na escolha bibliográfica estão autoras como Michelle Perrot, Simone de Beauvoir, Betty Friedan, Michelle Perrot, Joan Scott, Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Roger Chartier que foram providenciais para tornar compreensível esta pesquisa.
“A circulação de ideias do feminismo de “segunda onda” e possíveis articulações entre intelectuais nacionais e o Grupo Feminista Germinal na cidade de Santa Maria (1981-1986)”
RIBEIRO CIOCHETO, Paula Ribeiro (Brasil) paulaciochetto@yahoo.com.br
Resumen: A partir da década de 1960 têm-se no Brasil, a formação de diversos coletivos de mulheres, com pautas do chamado feminismo de “segunda onda”, engajados no contexto político do período, isto é, da ditadura militar para a redemocratização. No estado do Rio Grande do Sul, na cidade de Santa Maria, entre os anos de 1981 a 1986, este processo se deu através da atuação do Grupo Feminista Germinal. Este que atuava na comunidade local, através de grupos de consciência/reflexão, palestras e seminários alusivos à semana da mulher. As feministas elaboravam cartilhas e panfletos que eram distribuídos as participantes, e ainda tinham suas pautas e falas divulgados no jornal de circulação regional, denominado “A Razão”. Reivindicavam o direito ao aborto, a igualdade salarial entre homens e mulheres, a conquista de creches públicas, o fim da dupla jornada de trabalho, lutando pelo fim da violência física e sexual contra as mulheres. A militância das mulheres de Santa Maria, que compunham o Germinal, não estava isolada de um contexto maior, assim, vieram a cidade, feministas reconhecidas a nível nacional, como Mariska Ribeiro, Rose Marie Muraro, Heleieth Saffioti, Marta Suplicy. A passagem de algumas destas intelectuais feministas e suas atividades, ficaram registradas através do jornal “A Razão”, que se encontra disponível no Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria (AHMSM). Logo, nesta comunicação, pretende-se apontar algumas considerações acerca da relação entre as feministas de Santa Maria e estas intelectuais que eram provenientes dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Assim sendo, será possível pensar a circulação das ideias do feminismo de “segunda onda”, a partir da perspectiva da teoria feminista.
“Mulheres e política institucional em Mato Grosso do Sul: uma análise da lei de cotas 12.034/2009”
TEODORO COMIN, Jaqueline (Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil) jaquelineteodoroc@gmail.com
O artigo consiste em análises da lei de cotas, a 12.034/2009, que reserva 30% das vagas de partidos políticos, para candidaturas femininas nos pleitos eleitorais brasileiros. O objetivo é discutir como foi elaborada e sancionada, os impactos sociais e partidários, verificando se o número de candidatas nos pleitos eleitorais de Mato Grosso do Sul/Brasil tem aumentado e quantas mulheres são eleitas em cada pleito/cargos. Analisamos, ainda, se este percentual está sendo cumprido nas eleições a partir de 2010 à 2018, considerando o ano de implantação da lei em 2009. Um aspecto fundamental desta análise é a ocorrência nos pleitos, de mulheres candidatas com 0 voto, ao final dos pleitos, denominadas por nós como “laranjas”. Nesse sentido, buscaremos compreender como os partidos políticos fomentam a participação feminina, ou se apenas “cumprem tabela” com candidatas mulheres para atender a lei de cotas. Além disso, quais as estratégias usadas pelos partidos para manter o poder na ordem dominante patriarcal, visto que na maioria deles os candidatos homens representam a maioria. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa e qualitativa, numa leitura dos números apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral brasileiro e pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, verificando candidaturas femininas disputando os cargos. Esta análise nos levará a compreender como a lei vem sendo empregada e se tem influenciado a realidade política, especialmente no aumento do número de mulheres na política institucional buscando transformar as relações patriarcais e desiguais, em meio a um cenário social que imputa dificuldades.
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