Mesa 7

Historia de las mujeres negras en América Latina desde una perspectiva interseccional: luchas y resistencias subalternas, debates y desafíos

 

Coordinadoras: Dra. Anny Ocoró Loango CONICET, UNTREF; Dra. Claudia Miranda- Universidad Federal del Estado de Rio de Janeiro; Dra. Maria Nilza da Silva-Universidad de Londrina (Brasil).


“Desumanizaçao e colonialidade: femenino negro invisibilizado na pratica criminal superencarceradora”

Miranda, Isabella isabelladpema@hotmail.com 

Resumen: A partir do diálogo entre a criminologia crítica e o enfoque teórico diaspórico, entendendo como central o sequestro negreiro da África, o cativeiro e a escravização, refletiu-se sobre a organização dos processos racializadores nas formas de punir ao longo da história e a manutenção de seus efeitos na atualidade brasileira. Desde a interlocução com os estudos sobre colonialidade, desenvolveu-se a categoria “colonialidade do poder punitivo”, buscando fundamentos capazes de problematizar a atual necropolítica criminal superencarceradora. Foram mapeadas recorrências discursivas – padrões discursivos regulares que se constituem como enunciados gerais – nos 18 processos criminais analisados, por meio do referencial metodológico da Análise de Discurso Crítica. A partir das análises, detectou-se, como regularidade, que o poder punitivo, consubstanciado em discursos e práticas do sistema penal, se utiliza, em grande medida, da atividade feminina negra para realizar concretamente a punição, conformando relações de poder que articulam estratégias, organizações e espaços público e privado. A ocultação do feminino negro é parte da lógica racista e sexista, estrutural e institucional, e se relaciona com a manutenção de efeitos desumanizadores para essas mulheres desde a colonização. Davis (2018) destaca a necessidade de questionar como gênero e raça estruturam o encarceramento. Partindo desse questionamento e das regularidades observadas, sugere-se a hipótese de que o feminino negro invisibilizado sustenta o processo de criminalização masculina, e consequentemente o atual quadro de superencarceramento, como parte de uma perspectiva necropolítica (Mbembe, 2011) e colonial que subjuga e desumaniza mulheres negras. Assim, o problema de pesquisa consiste em analisar como e em que medida o feminino negro, apesar de invisibilizado, é estruturador do sistema punitivo, mantendo-se sobre essas mulheres efeitos desumanizadores relacionados à racialização e à colonialidade do poder punitivo, articuladas à colonialidade de gênero. Por meio de estudo etnográfico, pretende-se dialogar com experiências concretas de mulheres negras em seus encontros com os processos de criminalização masculina, como possíveis sustentadoras de uma ordem punitiva que mantém efeitos de uma permanência colonial, buscando compreender conexões da violência pública e privada, assim como a natureza interligada da opressão de classe, raça e gênero.

 

“Contranarrativas feministas ao discurso de ódio: uma análise perspectivista das hashtags #EleNão e #EleNunca, na plataforma Instagram”

dos Santos Don, Donminique Azevedo (UNEB, Brasil) donminique.azevedo2@gmail.com

Resumen: O artigo fará uma Análise de Conteúdo (AC) e de Redes das hashtags #EleNão e #Elenunca, no Instagram, nos meses de setembro, outubro e novembro. Ambas as hashtags ganharam a internet, a partir de um movimento liderado por mulheres contra o então candidato à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro. O trabalho investiga os pontos de vistas coletivos da campanha no Instagram. Para tanto, além da Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin - fundamentada teóricamente em uma bibliografia feminista negra (partindo um olhar interseccional) - recorre-se, ao método Perspectivista de Análise de Redes Sociais, para coleta e análise dos dados.

 

“Beleza Negra no Brasil: luta por reconhecimento frente ao racismo e a estigmatização dos corpos das mulheres negras”

Baroni Borghi, Eduardo (NEAB-UEL, Brasil) eduardo.borghi@hotmail.com 

da Silva, Maria Nilza (UEL, Brasil) mnilzap@gmail.com

Resumen: O presente trabalho busca compreender a construção da beleza e estética negra como estratégias de luta por reconhecimento do Movimento Negro brasileiro e as influências recebidas dos movimentos dos Estados Unidos (Black is Beautiful e Panteras Negras) e África do Sul (Movimento de Consciência Negra) a partir de 1960. A relevância do estudo instaura-se na ampliação do debate sobre o racismo, a estigmatização e os estereótipos construídos em torno dos corpos e cabelos das mulheres negras. A figura feminina foi o principal alvo de preconceitos sexuais e estigmatizações construídos cientificamente pelas teorias raciais, pela eugenia e higienismo no século XIX. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica privilegiando os estudos sobre relações raciais no Brasil e o feminismo negro buscando investigar a construção da beleza negra no Brasil desde as associações sociais recreativas afro-brasileiras das primeiras décadas do século XX aos dias atuais, com os coletivos de mulheres negras que possuem como pauta a valorização da estética negra. E, ainda, foram realizadas entrevistas com mulheres negras que trabalham em seu cotidiano com a construção da beleza negra, como cabelereiras e suas clientes. O racismo incutiu no imaginário social noções pejorativas e estereotipadas referentes aos corpos das mulheres negras, alocando esses corpos e os sinais diacríticos inscritos nele no campo da animalização e da marginalização. As consequências do racismo na sociedade brasileira não se verificam apenas no âmbito material das desigualdades raciais, abrange também a dimensão simbólica, pois ao desumanizar o corpo negro contribuiu em negar o direito à beleza da população negra. A negação do direito à beleza é sustentada pela representação estereotipada dessa população nos meios de comunicação, literatura, materiais didáticos etc., e pelos padrões estéticos pautados na branquitude, em que o corpo branco e seus sinais diacríticos, como o cabelo liso, recebem o significado de belo.

 

“Professoras ou sacerdotisas: silênciamentos e resistencias nas vozes de mulheres negras em educaçao”

Sandra Aparecida GurgelVergne (PUC/SP, Brasil) sandragurgelvergne@gmail.com

Resumen: O presente artigo parte de uma perspectiva histórica para a compreensão das lacunas educativas, intencionalmente impostas ao negro no Brasil, devido ao projeto de nação pautada na segregação, controle e eliminação. Apesar disso, ao historicizar o tema é possível a identificação de diversas formas de resistência e estratégias de enfrentamento do silenciamento, que, na educação, se faz através das vozes de mulheres negras. Este espaço tem se mostrado como uma ferramenta de silenciamento, mas também de transformação desta realidade, através professoras que estabeleceram espaços de discussão no cotidiano escolar e nos espaços educativos não formais. É em especial na educação básica que encontramos o rosto feminino na educação. Após as conquistas históricas que levaram a promulgação das leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, tem havido movimentos de retrocesso através de diversas estratégias, sociais e subjetivas, buscando para isso a renovação de discursos de segregação e retorno ao mito da democracia racial brasileira. Num contexto de intensificação da intolerância religiosa, é necessária a busca de estratégias para produzir fissuras no plano de negação do ser negro. Para compreensão deste processo de resistência e combate a opressão, faço um percurso através de BENJAMIN, EVARISTO, CESAIRE, HAMPÂTÉ BÂ, BOSI, APPIAH, HALL, WALSH, GILROY, BERGER, dentre outras(os) autoras(es) pós-coloniais. Se faz necessário trazer o referencial teórico da Ciência da Religião, com a compreensão do papel de campo religioso, para uma compreensão mais ampla dos discursos, enfrentando a produção de silenciamentos, e analisando o atravessamento entre os valores e identidades raciais e religiosas. Nas margens da hegemonia de discursos na educação, é possível permitir a percepção da construção das relações sociais singulares, o pluralismo, a resiliência e o atravessamento da cosmovisão africana, presente na forte presença de mulheres negras em processos educativos, das sacerdotisas às professoras. Este trabalho quer trazer atmosferas outras de construção de sentidos em realidades multifacetadas, e a recuperar descobertas teóricas da resistência negra feminina. Palavras-chaves: Resistência, Racismo. Mulher negra, Educação. Religião

 

“Ecologia cosmocena e as mulheres na religiosidade de matriz africana no Rio Grande do Sul/Brasil”

Almeida de Souza, Eliane (FURG, Brasil) negrasim2004@yahoo.com.br

ESPINDOLA BARBOSA, Izabel (FURG/IFFAR, Brasil) izabel.eu.eb@gmail.com 

Alves Pereira,Vilmar (FURG, Brasil) vilmar1972@gmail.com 

Quincozes Porto, Eliane (IFFAR, Brasil) eliane.porto@iffarroupilha.edu.br

Resumen: No Brasil o campo da Educação Ambiental recebe um novo conceito desenvolvido pelo autor Vilmar Alves Pereira que vem ressignificando a compreensão da relação humanidade-natureza em sua totalidade denominado Ecologia Cosmocena. Para o autor, esse conceito surge da necessidade hermenêutica de reposicionamentos de maior sintonia entre a natureza e a humanidade, redefinindo olhares, vivências e aprendizagens com o cosmos sem uma necessidade hierárquica. Metodologicamente ele apresenta oito teses e, na segunda, aborda assuntos sobre os povos tradicionais. Aí, encontramos eco para dialogarmos também com a Cosmovisão Africana, especialmente quando trata da religiosidade dessa matriz. Portanto, temos por objetivo apresentarmos no XIV Jornadas Nacionales de Historia de las Mugires y IX Congreso Iberoamericano de Estudios de Género, os diálogos referentes a uma pesquisa de Pós-doutoramento da FURG/RS, da Ecologia Cosmocena em terreiros de matriz africana no Sul do Brasil, com recortes de gênero das religiosas que utilizam a fitoterapia em prol da saúde e melhor equilíbrio com o cosmos desde África até os dias de hoje. Temos como proposição, a partir de nosso referencial teórico, apresentarmos a partir desse conceito, uma pedagogia que dialogue com elementos da cultura africana cuja matriz é ancestral. Na condição de pesquisadoras e integrantes dessa religiosidade, reconhecemos a Ecologia Cosmocena como um potente desafio no campo da Educação Ambiental, que deve ocorrer numa concepção do ser humano como um ser integral que de acordo com seu autor, alia razão e sentimento; corpo e espírito; ser e vir a ser. Nosso caminho metodológico abrange um processo de observação direta de “bem viver” das mulheres religiosas sendo a maioria negras, que lidam com a Ecologia Cosmocena em seu cotidiano e desenvolvem práxis pedagógicas preventivas e atenuantes de dores. A partir desse olhar ontológico socializaremos os registros prévios da pesquisa referentes à escuta dos terreiros de raiz africana e suas análises sobre as categorias de educação, ancestralidade e historicidade sobre como essas mulheres vem resistindo aos preconceitos e às intolerâncias religiosas para a realização de suas práxis sobre o “sagrado” e como transmitem conhecimentos a partir de si e de suas referências culturais seculares, em sintonia com a fitoterapia e com o ambiental no Brasil.Palavras-chave: Educação Ambiental. Ecologia Cosmocena. Pedagogia Cosmocena. Cosmovisão Africana

 

“Insurgências para o enfrentamento do racismo: narrativas e produções de pesquisadoras negras”

CIDA, Maria Aparecida (IFRJ/PUC-RIO, Brasil) cidamiranda.miranda@gmail.

Resumen: O estudo resulta da análise textual de artigos produzidos por pesquisadoras negras no âmbito do Serviço Social, profissão que atua no campo das politicas sociais, numa perspectiva intersetorial, comprometida com as dimensões interventiva, investigativa e educativa que visam à expansão dos direitos e a emancipação da sociedade. Alguns dos princípios da profissão são o empenho na eliminação de todas as formas de preconceito e um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero. As autoras possuem trajetórias no campo das lutas antirracistas e defesa da educação para as relações étnico-raciais – Leis 10.639/2003 e 12.288/2010 - numa perspectiva afrocentrada. Ao analisarmos as produções das Assistentes Sociais e pesquisadoras RIBEIRO (2008), MARTINS (2012), EURICO (2013), ALMEIDA (2014), ASSIS (2015), DIAS (2015), ROCHA (2016) e PINTO (2018) observamos estratégias de insurgência a partir de narrativas que denunciam as desigualdades raciais, colocando no centro do debate categorias e conceitos outros como: questão racial, intolerância religiosa, discriminação, preconceito e outras para o enfrentamento do racismo. Com efeito, ganha centralidade análises que ressaltam as lutas em defesa das populações marcadas por ocuparem lugares subalternos, periféricos como a população negra, que configura aproximadamente 53% dos brasileiros. No estudo dialogamos com varias autoras, dentre as quais destacamos: HOOKS (2013) que nos convida a construir diálogos críticos que possibilitem reflexões e transgressões ressaltando os temas comumente silenciados; MIRANDA (2018) que nos convoca para o desafio de uma investigação acadêmica politizada considerando as demandas históricas dos afrodescendentes; CARNEIRO (2011) que nos convida a seguir a “luta das mulheres negras contra a opressão de gênero e de raça” que na contemporaneidade “vem desenhando novos contornos para a ação política feminista e anti-racista”, que para a autora vem “enriquecendo tanto a discussão da questão racial, como a questão de gênero na sociedade brasileira”. Assim, alinhamos nosso pensamento aos dessas e de outras autoras no compromisso de enegrecer o debate e a produção de conhecimentos, considerando as narrativas como instrumentos políticos de mobilização, resistência e emancipação, ocupando outros espaços de diálogo, formação e poder. Palavras-chave: Questão Racial. Racismo. Políticas Sociais. Afrocentrada.

 

“Diferença da diferença: identidades interseccionais e saúde de mulheres lésbicas e bissexuais negras”

Vitorio Peçanha, Layla (UERJ, Brasil) vitoriolayla@gmail.com 

Resumen: O presente trabalho tem como objetivo geral analisar os padrões que podem esclarecer a invisibilidade destinada a mulheres lésbicas e bissexuais, em especial a lésbicas e bissexuais negras, na área da assistência integral da saúde da mulher, bem como, refletir sobre as identidades interseccionais desses corpos elaboradas sobre discursos de representações machistas, racistas e lesbofóbicas. De forma acentuada partindo dos pressupostos que surgem da hierarquização entre os sujeitos, podemos levantar processos cotidianos de discriminação e racismo institucional no campo do cuidado médico-ginecológico, sobre os corpos de mulheres negras, e estes aspectos são ainda mais acentuados quando esse corpo é lésbico e negro, onde o “corpo lésbico” é destituído cotidianamente de seu papel como agente de sua própria sexualidade. A opressão e as desvantagens que pairam sobre os corpos lésbicos não podem ser efetivamente questionadas a não ser que suas causas e resultados complexos e inter-relacionados possam ser examinados integralmente e a partir de múltiplas perspectivas. Nem todas as lésbicas se veem afetadas pela opressão e/ou pela discriminação da mesma maneira e num mesmo grau. A identidade de uma pessoa ou grupo de pessoas e seus privilégios ou desvantagens respectivas variam dependendo da interseção ou combinação de uma séria complexa de fatores, como a raça, o sexo, a classe econômica, a origem nacional, o lugar/país de residência, a capacidade física/mental, o status familiar, etnia, religião etc. Para o referencial teórico me valho dos conceitos de campo e habitus de Pierre Bourdieu. Os dados aqui analisados são oriundos de dois conjuntos de fontes: documentos dos governos que tem relação com os atendimentos e com as demandas de saúde de mulheres negras, mulheres lésbicas e bissexuais, bem como, artigos que foram publicados na área da saúde sobre o assunto, oriundos da Biblioteca Virtual de Saúde. Os alicerces de subalternidades atravessados pelas discriminações tornam-se aspectos dinâmicos e/ou ativos de desempoderamento, por isso se faz necessário ações e políticas específicas afim de que se combatam tais opressões.Palavras-chave: homossexualide feminina, raça, saúde, interseccionalidade

 

 

“Sobre subalternidad e interseccionalidades: narrativas de travessia entre mulheres quilombolas e indígenas pesquisadoras na Universidade de Brasília”

de Assis Portela, Cristiane (UFG/UNB, Brasil) cportela.historia@gmail.com

Resumen: A pesquisa analisa narrativas autobiográficas produzidas por mulheres quilombolas e indígenas que fazem parte da experiência pioneira de um curso de mestrado intercultural na Universidade de Brasília, Brasil: o Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais- MESPT/UnB. Para tal análise, estabeleço interlocuções com algumas perspectivas críticas epistemicamente plurais: a) o paradigma da travessiado camaronês Jean-Godefroy Bidima; b) o potencial político da escrita entre as feministas interseccionais norte-americanas bell hooks e Gloria Anzaldúa; c) a relação entre as narrativas históricas, a oralidade e a escrita a partir do malinês Hampatê Bá e do quilombola piauiense Antônio Bispo e d) a noção de ferida históricadesenvolvida pelo indiano Dipesh Chakrabarty. Questiono a existência de certa instrumentalidade contida na compreensão naturalizada de que o trabalho com povos e comunidades tradicionais está necessariamente vocacionado ao campo metodológico da história oral. Sem desconsiderar a relevância deste aporte teórico, problematizo a filiação a certos paradigmas de identidadeque limitam a legitimidade das narrativas produzidas por estas pesquisadoras, quando estas extrapolam os discursos identitários. Quatro perguntas orientam as reflexões: O que temos aprendido com as pesquisadoras indígenas e quilombolas na UnB? Quais são as narrativas orais/escritas que “esperamos” ouvir destas mulheres? Quais são as enunciações discursivas interseccionais apresentadas em seus textos autobiográficos? Como lêem a si mesmas e às suas comunidades a partir dos rótulos de subalternidade a elas atribuídos em narrativas histórico-identitárias? As fontes que orientam estas reflexões consistem em um conjunto de textos autobiográficos, produzidos entre os anos de 2014 e 2017 por pesquisadoras oriundas de comunidades tradicionais de diferentes lugares do país. Os memoriais foram produzidos como atividade de disciplina ofertada no MESPT. Os procedimentos metodológicos utilizados para a produção das narrativas foram orientados pela noção de “escrevivência” de Conceição Evaristo. Após leitura prévia de bibliografia sobre pluralismo epistêmico e debates relacionados à subalternidade, a primeira versão dos textos escritos foi compartilhada entre os colegas, trocando correspondências entre elas/es de forma que a narrativa final dos memoriais resultasse em produções dialógicas e colaborativas. Os memoriais problematizam suas identidades e travessias como sujeitas coletivas marcadas por interseccionalidades e narrativas históricas emancipatórias.Palavras-Chave: pesquisadoras quilombolas e indígenas; subalternidade; interseccionalidades; paradigma da travessia

 

“Estratégias de organização contra o racismo, das ativistas afroperuanas, afro.uruguaias e afroargentinas”

da Silva, Joselina (UFRRJ, Brasil) joselinajo@yahoo.com.br

Resumen: Em 2018 celebraram-se cinco datas referenciais para o movimento negro latino americano: Vinte e seis anos do I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe - República Dominicana 1992- onde ocorreu a criação da Rede Afro Latina e Afro Caribenha de Mulheres. Lá, houve a instituição do 25 de julho (dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe). Celebramos dezessete anos da III Conferencia Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, na África do Sul, em 2001; bem como a instituição da Allianza Estratégica Afro-Latina e Caribenha, na Conferência Regional das Américas, em 2000, no Chile. É também, o terceiro ano da Década Internacional de Afrodescendentes. Partindo das teorias de movimentos sociais, gênero e raça,  um de nossos objetivos é procurar evidenciar algumas formas organizativas das mulheres negras na Argentina, Uruguai e Peru ao lado de observar como diferentes manifestações organizativas ocorridas em distintos momentos da história social das três sociedades concorreram para a existência de representações identitárias plurais e mutantes no tempo e no espaço geográfico e social, em diálogo com os movimentos diaspóricos mundiais.  Trata-se de um exercício teórico na direção de uma análise sobre a construção da identidade nacional e da desconstrução de uma identidade racial negra negativada, nos países em tela, tendo como estudo de caso as organizações de mulheres negras. Estamos organizando um levantamento sócio- histórico das estratégias empreendidas na luta contra o racismo e o sexismo. Desejamos saber como estes marcos internacionais colaboram com a obtenção de uma agenda das mulheres negras. A pesquisa é de cunho qualitativo. Concomitante à realização das entrevistas estamos analisando panfletos, arquivos pessoais, jornais, a literatura acadêmica, bem como informações concernentes, disponíveis, nas redes sociais. Esta é uma pesquisa em andamento no âmbito do Departamento de Ciências Sociais da PUCP (Peru) e da Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ (Brasil), que o objetiva a conclusão do processo de pós-doutoramento.

 

“¿Interseccionalidad en América Latina y El Caribe? Las mujeres de color y el surgimiento de la Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora en 1992”

Busquier, Lucía (FFYH-UNC, Argentina) lu.busquier@gmail.com

Resumen: En continuidad con mi trabajo final de licenciatura en el que desarrollé una investigación sobre una organización de “mujeres del Tercer Mundo” en Estados Unidos, trabajo que se propuso reconstruir los orígenes de la interseccionalidad, esta ponencia busca socializar los avances de una investigación en curso que consiste en analizar las formas que adoptó la interseccionalidad como perspectiva teórica y política en América Latina y el Caribe desde la década del noventa hasta la actualidad.En términos específicos se propone, primero, indagar cómo se reconfiguraron y disputaron las maneras de entender el entrecruzamiento entre las opresiones de género, raza, clase, etnicidad, entre otras, presentes en el activismo de las “mujeres de color” de dicha región, enmarcadas en la Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora (RMAAD), desde la década del noventa, período en el que podemos la emergencia de redes de articulación regional (como la RMAAD), hasta la actualidad. Segundo, investigar el surgimiento de la RMAAD en 1992, considerando sus debates, resoluciones y objetivos principales, a partir de la reconstrucción de las historias de vida y trayectorias de sus militantes, en tanto se posicionó como una organización que buscaba enfrentar la discriminación racial y de género. Tercero, examinar cómo las producciones teóricas buscaban problematizar y poner en tensión el entramado de opresiones (género, raza, clase, etnicidad, etcétera) que enfrentaban las “mujeres de color” en América Latina y el Caribe desde la década del noventa hasta la actualidad.

 

“A problematizaçâo dos conflitos e as posibilidades de acordó: desafíos na educaçao de jovens e adultos”

de Cássia Souza Silva, Rita - ritynnha2009@hotmail.com 

Resumen: Devido à grande diversidade cultural existente na EJA (Educação de Jovens e Adultos), se faz necessária uma educação que renuncie o único e o universal para propor o diverso e o dialógico (FREIRE, 2014), pois se os alunos adolescentes, jovens e adultos negros não possuírem voz no currículo escolar e tiverem limitados espaços para expressarem suas opiniões, podem correr o risco de manifestar suas insatisfações de forma unívoca e sem qualquer tipo de tolerância uns com os outros (PERELMAN, 2004). O argumento construído tendo como base o respeito dos professores os diferentes contextos alunos, possibilita trocas discursivas entre os diversos interlocutores, e é através dos acordos prévios negociados entre os indivíduos que se produzem argumentos provisórios, no comprometimento pela busca de possíveis soluções e pelo surgimento de novos conhecimentos. Na condução de nossa pesquisa, ouvimos as experiências de nove professores que atuam na EJA do Município de Duque de Caxias. Nosso objetivo foi analisar se as práticas pedagógicas dos professores consideram os diferentes valores sociais e culturais dos alunos. Essa pesquisa é de cunho qualitativo e nossa proposta metodológica foi a realização de um estudo de caso e da análise retórica dos depoimentos dos professores, à luz do Tratado da Argumentação: a Nova Retórica (PERELMAN & OLBRECHTS-TYTECA, 2005). A fundamentação teórica compreende o levantamento das políticas em EJA no Brasil (ROMANELLI, 2013; BENVENUTI, 2012; PILETTI & PILETTI, 2006), estudos sobre pluralismo (FREIRE, 2014; PERELMAN, 2004; MORIN, 2011) e análise retórica dos depoimentos (PERELMAN & OLBRECHTS-TYTECA, 2005; OLIVEIRA, 2011). As argumentações dos oradores revelaram a existência de dois tipos de práticas pedagógicas entre os professores: a dos que centram suas ações em atividades individualistas, conteudistas e centradas na figura do professor, sendo esse responsável por determinar as possíveis soluções na resolução dos conflitos. Nesse contexto os principais atingidos, com as possíveis soluções de alguns professores são os alunos negros, pois é o principal público atendido por essas escolas; e a dos professores que acreditam que sua formação acadêmica e as diversidades culturais dos alunos são determinantes para que a prática pedagógica se torne cada vez mais rica, plural e comprometida com o estabelecimento de acordos pautados no diálogo. Palavras-chave: EJA; ética; diversidade; pluralismo; argumentação.

 

“Oficina de cozinha africana: identidade e memória à mesa”

CHAVES SILVA, Luiza luizachaves21@gmail.com

ESPINDOLA BARBOSA, Izabel (FURG/IFFAR, Brasil) izabel.eu.eb@gmail.com,  izabel.barbosa@iffarroupilha.edu.br

Resumen: A cozinha Africano escritório e Um Projeto de Extensão feita em Parceria com ou Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e NEABI Indígena, do Instituto Federal Farroupilha - Campus São Borja que visa formar merendeiras como das Escolas do Município para ou Reconhecimento e Valorização da Cultura Comida africana presente em uma mesa brasileira. Pesquisadores da área de cultura afro-brasileira lembram que está fortemente presente em uma mesa brasileira, uma cozinha africana e subjugada pelas convenções sociais. Ou preparar a comida, pelas mãos da mulher negra foi uma forma de resistência da cultura africana em uma sociedade brasileira que é, ainda, racista.Com o intuito de promover a abrangência do tema naslas escolas, foi utilizado como um intermédio para capacitação de merendeiras. A escolha desse público é dada por merendeiras mais transmissoras informais de conhecimento, construídas com os alunos de cabelo diretamente promovido pela alimentação. Em pesquisa, Szinwelski et al. (2015) concluem que merendeiras são fundamentais educadores e falta de valorização neste sentido, sendo necessárias políticas que objetivem capacitações para que possam exercer essa função de forma ainda mais satisfatória. A metodologia da determinação das receitas é dada por revisão bibliográfica. O escritório, por enquanto, foi feito a partir de uma explicação teórica seguida de preparação prática. Assim, esperar-se que, como merendeiras possam identificar entradas e técnicas advindos dá cultura Africano e relate're Materiais com Afro-Brasileira cozinha construída em Nosso país, oferecendo Sugestões merendas representativas historicamente trazer tona questões externas relevantes para Ementa da sala de aula. Dessa forma, estas mulheres impulsionam, não o papel dos educadores, ou merecem esses preparativos que são de efetiva importância para uma maior valorização de nossa descenência. ressaltar fundamental e ou ambiente acadêmico que Aprendizagem Não limitado a sala de aula viva, podendo provir Fontes inúmeros entre ELAS para cozinha, alicerce considerado para União de Pessoas e Promoção experiência.

 

“Lygia de Oliveira Santos, uma proposta biográfica abordando questões étnico-raciais pautadas em projetos coletivos e individuais”

de Melo, Diogo Jorge (UFPA, Brasil) diogojmelo@gmail.com 

Silva Rodrigues de Oliveira, Samuel (CEFET, Brasil) samu_oliveira@yahoo.com.br

Resumen: Este trabalho realiza a discussão teórica do conceito de “projeto” de Gilberto Velho aplicado ao estudo biográfico de Lygia de Oliveira dos Santos (1934-). Mulher negra de classe média, Lygia dedicou sua atuação as questões culturais, integrando educação, música popular e questões museológicas. Filha de Zaíra de Oliveira (cantora lírica) com Donga (o primeiro sambista a registrar um samba), fundadores do Clube Renascença - um espaço de socialização construídos por e para negros - podemos enquadra-la nos três projetos sociais coletivos do clube: “Flor de Liz”, que se estrutura a partir da construção de padrões de distinções sociais de uma elite negra, que ascendeu em bairros do subúrbio do Rio de Janeiro; o segundo referente as questões da beleza negra, principalmente pela realização de concursos de beleza; e o último vinculado ao movimento Black Power, que buscava a construção de uma identidade negra. Estes projetos coletivos apontados podem ser entendidos como fortes estruturas, que se fizeram presente na vida de Lygia Santos, mas que se articularam com os projetos individuais da personagem. Dentre os projetos individuais temos a preocupação com sua formação. Primeiramente como professora no Instituto de Educação e as duas graduações em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e Museologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Concursada pelo Estado do Rio de Janeiro como professora primaria, conseguiu ao longo de sua trajetória se deslocar para outro universo profissional, o dos museus, onde atuou no Museu do Primeiro Reinado e depois no Museu da Imagem do Som. Conseguindo coadunar suas raízes no samba, sua realidade de mulher negra e suas paixões pela Museologia e música popular, atuou com pesquisas sobre as origens do samba, em atividades educativas de museus, como museóloga, comentarista e crítica do carnaval, como política, no magistério do ensino superior.

 

“A Feira das Iabás: Mulheres Negras e os Orixás Femininos”

Rezende Gonçalves, Maria Alice (UERJ, Brasil) marialicerezende@uol.com.br 

Resumen: Todo segundo domingo de cada mês em Oswaldo Cruz na Grande Madureira na cidade do Rio de Janeiro dezesseis lideranças das comunidades negras, se reúnem na Feira das Iabás.  Abençoadas pelos orixás femininos, oferecem comida e música para seus frequentadores.   Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma descrição etnográfica sobre esse festival.  Na tradição iorubana, a conexão entre o mundo dos homens e dos orixás se manifesta na vida cotidiana.  Tudo o que acontece na vida dos homens está nas mãos dos orixás.  O vocábulo iabá refere-se tanto à atividade de cozinheira quanto aos orixás femininos.  Esses podem ser entendidos como  arquétipos femininos  que servem de referencia positiva para as mulheres negras.   Assim, é possível pensar  os orixás femininos como motores do  empoderamento feminino na vida cotidiana.  Estimulando as atividades de cozinheiras e de lideranças de suas comunidades.  Por meio da feira essas matriarcas estendem os laços de solidariedade e reciprocidade para além da comunidade por meio da comida, do cuidado e da musicalidade.

 

“El movimiento negro tiene cara de mujer: identidad, liderazgo, rupturas y resistencias de las mujeres negras en argentina”

Ocoró Loango, Anny (CONICET-UNTREF; Argentina) annyocoro@hotmail.com 

Resumen: A lo largo de la historia la acción de mujeres negras de distintas generaciones ha dinamizado los espacios de lucha por la ampliación de los derechos y la participación política. Particularmente en la Argentina, se han logrado importantes avances en términos de su activismo, la afirmación de su identidad y en la toma de conciencia de su liderazgo, asumiendo y fomentando nuevas concepciones de las relaciones igualitarias en la sociedad. Se destacan las nuevas maneras de organizarse y los modos de negociación en los espacios de poder, tales como el campo político y el campo académico. El movimiento negro se ha visto enriquecido por un número importante de mujeres negras migrantes que han contribuido a tensionar las visiones estereotipadas de las mujeres negras, desafían el racismo y visibilizan sus procesos de afirmación de la identidad. Reaccionan no ya contra la invisibilización sino más bien hacía la visibilización, confrontando estereotipos racistas, patrones de belleza y las visiones eurocentradas. La inclusión de la apariencia, la estética y del cuerpo como tema de discusión y objeto de reflexión viene siendo un instrumento de politización de la identidad.

 

“Mujeres negras caribeñas, sometimiento y resistencias”

Testasecca, Ignacio (UNIMORON-UNTREF, Argentina) ignaciotestasecca@gmail.com 

Resumen: El trabajo que presentaremos buscará indagar los diferentes dispositivos a través de los cuales las mujeres negras caribeñas fueron codificadas en la producción de subjetividades que realizó el sistema Mundo Moderno Colonial a partir de la conquista. Nos ubicaremos en el ámbito del Caribe entendido desde una perspectiva que supera lo meramente geográfico. Partiendo de una mirada de las teorías poscoloniales, intentaremos dar cuenta del entramado de fuerzas que configurará una nueva matriz de poder, en la cual el género, la raza y la clase se articularán como los vectores que buscarán delimitar identidades fijas, cerradas, sustancializadas. La propuesta consistirá en el análisis que nos permita visibilizar los dispositivos de producción de subjetividades de las mujeres negras caribeñas durante el período de la trata esclavista atlántica, como así también los intersticios de resistencias a dicha configuración. Nuestro abordaje además, a partir de las reflexiones de autoras feministas negras del Caribe será una apuesta por re-pensar la categoría de género desde una perspectiva que permita desarticularle sus resabios coloniales y esencializantes para poder lograr la des-occidentalización del concepto y mostrar su enraizamiento en las luchas particulares de las mujeres latinoamericanas. Algunos de los interrogantes que guían nuestro trabajo son, ¿cuáles son los dispositivos que se articularon en la construcción de las subjetividades coloniales de las mujeres negras caribeñas? ¿en qué sentido la mujer esclava responde a la codificación de la raza y por tanto es compartido por los varones esclavizados y en cuales el género opera como un elemento distintivo de las mujeres negras? ¿cuáles fueron los dispositivos y codificaciones que se establecieron como una forma de conjurar la peligrosidad de la mujer negra? ¿cuáles fueron las formas de sexualización del cuerpo de la mujeres negras caribeñas? ¿qué formas de resistencia a la dominación crearon las mujeres negras caribeñas?

 

“Intervenções feministas em territórios periféricos: as meninas do revelar.si- Recife/Brasil”

Auta Azevedo (UFPE, Brasil) autissima@gmail.com 

Resumen: O artigo é resultado de um estudo em curso no âmbito do Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco. Na América Latina, as antropólogas feministas vêm desenvolvendo uma tendência crescente de fazer antropologia da própria cultura. Isso tem mostrado como as mulheres conseguem se mover em lugares de fronteira. A proposta do estudo é refletir sobre a influência que a participação de adolescentes moradoras de periferias urbanas em iniciativas coletivas de mulheres pode ter na construção de suas identidades. Frente ao racismo e ao machismo, as adolescentes do revelar.si – coletivo de fotógrafas do Coque - vem constituindo um espaço de amizade e fortalecimento entre as mulheres que possibilita o enfrentamento de questões ligadas a violência de gênero e a desigualdade racial. Trabalhando com fotografia, o coletivo discute questões de gênero na perspectiva racial e de classe, inseridas no contexto de uma periferia urbana da cidade do Recife, capital de Pernambuco. A perspectiva metodológica adotada, da etnografia feminista, tem trazido reflexões teóricas no campo da antropologia, mas também reflexões sobre o método, uma vez que assumimos seu caráter político. As mulheres, por ocuparem um lugar de subalternidade em relação ao homem, e as mulheres negras em relação a todo o resto da população, reivindicam cada vez mais um “lugar de fala”. Nesse sentido a etnografia feminista aparece como uma proposta metodológica que favorece uma produção de conhecimento histórico e antropológico numa perspectiva feminista. Esse tipo de produção do conhecimento retoma uma discussão sobre as relações de poder no interior da produção do conhecimento. Palavras-chaves: feminismo, mulheres negras, Coque, etnografia feminista.

 

“O visual é político: Mulheres negras, geração tombamento e o enfrentamento do racismo pela estética no Brasil”

Oliveira da Silva, Isis Natureza  (UNIRIO, Brasil) isisnatureza18@hotmail.com 

Oliveira Coelho, Stephani (UNIRIO, Brasil) Steph.oc97@hotmail.com

Resumen: O racismo no Brasil opera de diversas formas, engendrado nas estruturas políticas, economicas, educacionais etc., e uma das formas que mais impactam a populaçao negra na construção de sua autoestima e consequente empoderamento  é a depreciação pela estética. Esta depreciação é, em geral, expressada através de ofensas diretas à visualidade negra, assim como imposições de  limitações relacionadas à mobilidade social, às relações de afetividade e criação de subjetividade de todo um grupo. A geração tombamento surge no Brasil como um movimento estético de empoderamento negro e enfrentamento do racismo utilizando como estratégia a exposição de elementos da corporeidade negra de forma abundante e propositalmente chamativa, sendo o cabelo e vestimentas os  principais elementos de apropriação estética desse movimento. Utilizando o aporte dos estudos culturais, através deste trabalho, pretende-se observar como a visualidade da população negra se estabelece como uma importante ferramenta de luta antirracista no Brasil e quais são as trajetórias históricas de resistncia estética das mulheres negras brasileiras. Através das análises de autores como  Stuart Hall e Bell Hooks,  pretende-se mapear como a estética negra vem sendo construída na diáspora brasileira e a importancia dessa construção nos conceitos de identidade e diferença, de representação das mulheres negras na cultura ocidental e  os atravessamentos do racismo  na construção dessa identidade.

 

“Ser mulher negra e docente acadêmica: um corpo sob suspeita na ótica racista e sexista da sociedade brasileira”

Oliveira Santos, Terezinha (UFOB, Brasil) terezinha.santos@ufob.edu.br

Resumen: Trata-se de um exercício de escrita no qual a autora, mulher negra, atualmente docente acadêmica, busca através da narrativa de si, promover uma reflexão político pedagógica acerca de que maneira a crença no mito da democracia racial, vigente no Brasil, até a década de 1990, bem como a crença na unidade linguística afetaram a construção das suas identidades pessoal e profissional como professora da língua portuguesa, como língua materna, em Salvador/Bahia cidade mais negra fora de África. A partir da consciência crítica de si, condição fundamental para compreender as técnicas e mecanismos de subalternização, a docente empreendeu um processo de leituras , buscando romper com as hierarquias de uma supremacia racial e com todas as formas de inferioridade na representação da mulher negra brasileira, especificamente. Nesse sentido, destaca autoras como Carolina Maria de Jesus, Lélia González, Audre Lorde , Glória Anzaldúa e Conceição Evaristo como as hermanas que lhe ajudaram na cartografia e resgate de si mesma. Sua escrita representa, desse modo, a trajetória dorida da sua descolonização mental e uma ferramenta de empoderamento que busca alcançar outras vozes nas rupturas do silêncio e da invisibilidade. Palavras-chave: Narrativa de si- descolonidade- empoderamento

 

“Das pranchas que vão compor este Atlas: a arte de Rosana Paulino”

Ostetto, Lucy Cristina (UFSC, Brasil) ELISANGELA.geroleti@gmail.com

Resumen: Esta comunicação tem o objetivo discutir a obra de Rosana Paulino. Como se trata de uma obra densa, considero uma análise possível dividi-la através de Pranchas ou montagens, as quais possibilitam “uma releitura do mundo” colonial, que nos atravessa no presente por entre traços de colonialidade evidenciados na  aesthesi decolonial de Rosana Paulino. Rosana, assumindo-se como intelectual negra, arte-educadora e politicamente posicionada, constrói pelas suas poéticas contra-histórias em que estabelece sua dignidade para encontrar com e no mundo, o lugar que a modernidade/colonialidade lhe roubou. Representam para mim, pontos de fuga, de estranhamento, de desterritorialização (DELEUZE; GUATARRI, 2014), de desassossego e de encantamento, quando trazem consigo um outro modo de historicizar a sociedade brasileira por meio de visualidades.  É da sua casa/ateliê que Rosana dialoga com o mundo. É um espaço que entrecruza   memórias, histórias e afetos  e que num contra-gesto  lhe possibilita  aliviar o nó que  foi crescendo na sua garganta  de mulher negra, urbana, periférica e que  se  corporeifica na feitura de suas peças (PAULINO, 2011). No Atlas (DIDI-HUBERMAN, 2018) que proponho mostrar nesta comunicação, as mulheres negras se encontram bem no centro, pensando-o como aposta aqui, decolonial, tecido também pelo tencionamento dos intelectuais negros da diáspora, pelo feminismo negro, pela decolialidade e pela aesthesi decolonial.

 

“As narrativas de estudantes negras na pós graduaçao – Pistas para a construçao de uma agenda contra hegemonica?”

CRISTO DE OLIVEIRA, Cecilia Regina (SME-DUQUE DE CAXIAS, Brasil) celiachristo@yahoo.com.br

Resumen: O presente trabalho trata-se de uma análise reflexiva sobre o olhar de uma professora negra, em diálogo com estudantes negras, no curso de pós-graduação, na modalidade especialização lato sensu, em uma universidade privada, na formação Estado e Relações Raciais.  As disciplinas ministradas Gênero e Relações Raciais e O Negro e as Ações Afirmativas, possibilitaram o surgimento de tais narrativas.  Fazendo uso do campo das pesquisas qualitativas, buscando embasamento nas narrativas autobiográficas, onde a história de vida na qualidade de metodologia que privilegia e se sustenta em narrativas e testemunhos sobre a própria vida, sobre si, com o objetivo de apresentar aspectos da trajetória pessoal de um sujeito autobiografado (SILVA; COSTA, 2008 p. 54,  Apud FIALHO, 2015, p. 29).  Neste sentido, saberes, valores, desejos, realizações, projetos, dentre outros, assumindo a condição de “[...] intérprete de si” (Idem), na especificidade das questões discutidas, tecer, através das dessas narrativas, considerações para a construção de uma agenda antirracista, democrática e contra-hegemônica.  Ler parte da história de vida de tais mulheres nos leva a questionar o papel formativo da escola, na construção identitária dos sujeitos, e anterior a escola, a construção da base familiar que faz com que muitos de nós, mulheres e homens negras e negros ainda tenhamos dificuldades de nos reconhecer enquanto sujeitos possuidores de uma história que merece ser registrada e refletida, como agentes de mudança.  A teoria que prega um currículo único ainda é a que nos ‘norteia’ enquanto formadores de outros sujeitos, é a que nos impede, como afirma Hooks, de ensinar a transgredir e de abraçar a mudança. E para isso é necessário uma pedagogia engajada (HOOKS, 2013). Percebendo que nossas aprendizagens e ensinos têm sido orientadas/dirigidas a partir de uma compreensão de currículo embasado num discurso privilegiadamente ancorado nos chamados saberes das ciências modernas, que subalterniza, ou desconsidera os saberes advindos dos grupos considerados marginalizados.

 

“Mujeres afrodescendientes. De la inivisibilidad a la voz en la experiencia organizativa”

villarrueta, Susana Beatriz (TeMA, Argentina) svillarrueta@yahoo.com.ar

Resumen: La presente narrativa pretende dar cuenta del proceso de construcción de conocimiento y de identidad que ha venido desarrollando la Tertulia de Mujeres Afrolatinoamericanas[1] desde la visión como integrante de esta colectiva. TeMA está integrada en su mayoría por mujeres de la diáspora provenientes de distintos países de Latinoamérica que residen en la ciudad de Buenos Aires, Argentina. También la integran compañeras afroargentino-guaraní y argentina no afro. La diversidad también atraviesa nuestra formación académica y profesional, pasando por la sociología, la educación popular, la historia, el arte y la fotografía, la abogacía y la psicología y la militancia feminista.   En Argentina el mito que dice que no hay negros, construido desde el siglo XIX y sostenido desde el imaginario popular y los discursos oficiales, ha propuesto una identidad homogénea europea, a partir de la cual el país ha negado su diversidad. En este contexto, ser mujer, negra y migrante se transforma en un desafío. En Argentina, además de invisibilizarse la matriz africana, se oculta la opresión, basada en el color de la piel, así como sus efectos y consecuencias sobre la identidad femenina y la subjetividad de las mujeres. ¿Por qué si la mayoría de los movimiento históricos de resistencia, de lucha por la visibilidad y el reconocimiento fueron liderados por mujeres se habla tan poco de la situación y del ser mujer negra? La voz o las voces que se escuchaban, eran lo que otros y otras decían sobre nosotras, ya sea desde la academia o desde el discurso cotidiano de las relaciones sociales. Esta ponencia narrativa pretende mostrar cómo a partir de nosotras mismas, y producto de “la toma de conciencia”, hemos venido desarrollando, desde la Tertulia de Mujeres Afrolatinoamericanas, distintos procesos de participación colectiva, a través de talleres de  las “Conversadoras Negras”, espacio de transformación individual y colectiva.   [1] Es una colectiva de estudio e investigación que recoge la historia libertaria y organizativa de las mujeres negras y el feminismo negro, recuperando la voz de estas mujeres, en un país que ha invisibilizado sus raíces afros

 

“Las conversadoras negras, una herramienta de construcción de saberes y teoría feminista en la Argentina”

Flores, Gladys (TeMA, Argentina)  tertuliasafro@gmail.com 

Resumen: En 1852 en Akron (EEUU) en su discurso ante la Convención de los Derechos de la Mujer, Sojourner Truth decía su célebre frase “A caso no soy una mujer”. En 1948 en su libro “Segundo Sexo”, Simone de Bouvoir, escribía “La mujer se hace”. Entre ambas frases hay un espacio que como mujeres negras debemos construir o de-construir. Desde la Tertulia de Mujeres Afrolatinoamericanas construimos un espacio para escuchar las voces de mujeres negras. Sin duda un espacio de gran relevancia en un país en el que ser mujer, negra y migrante cuestiona la identidad hegemónica y desafía el correlato racista que negó la matriz africana en la historia y la construcción de la identidad nacional. El taller “las Conversadoras Negras”, constituye una herramienta de construcción de saberes y teoría feminista en la Argentina, en la cual a través de reflexión colectiva de mujeres racializadas, se vienen construyendo procesos de identidad de las mujeres negras y afrodescendientes, a la vez que se van sentando las bases para la construcción de un feminismo negro situado en la Argentina. Esta ponencia analizará en perspectiva interseccional, esta experiencia organizativa.

 

“Benedita da Silva “negra, mulher e favelada”: trajetória de um Brasil que se nega a ser invisível”

Santos da Silva, Jane (UNIRIO, Brasil) jane64santos@gmail.com 

Fortes Roldan do Carmo, Fabíola (UNIRIO, Brasil) fabiolafortesroldan@gmail.com  Simões da Costa, Giulia (UNIRIO, Brasil)  giuliasimoes99@gmail.com 

Resumen: A nossa proposta de comunicação tem como objetivo apresentar uma pesquisa inicial sobre Benedita da Silva, a Bené, política brasileira que tem como marca ser uma intelectual orgânica da luta histórica contra a desigualdade e o racismo. Sua trajetória tem a origem de um feminismo negro emergente da luta das mulheres subalternizadas no mercado de trabalho: “vendedora ambulante, empregada doméstica, operária fabril, servente de escola, auxiliar de enfermagem, professora da escola comunitária no Chapéu Mangueira e funcionária do Departamento Estadual de Trânsito (Detran)” (FGV/CPDOC). Sua luta na regulamentação do trabalho das empregadas domésticas e pela licença maternidade passa pela ideia da centralidade do trabalho, mas a entendemos pela perspectiva do conceito de Angela Davis de interseccionalidade entre feminismo/raça/classe (DAVIS:2016). O marco histórico que dialoga com a vida de nossa pesquisada são a segunda metade do século XX e o início do XXI, onde a bandeira de vida e dignidade as mulheres negras foram construídas. Na política ela já esteve em vários cargos; presidente da Associação de Moradores do Morro do Chapéu Mangueira, vereadora, senadora, governadora e deputada federal.   O trabalho que estamos propondo é o estudo da persona Bené e sua representatividade que revela as formas de relação entre o indivíduo e suas possibilidades na sociedade a qual ela pertence. É imprescindível ressaltar que a Benedita torna-se um meio para problematizar as questões de raça, gênero e classe sem desconsiderar a trajetória individual dentro da dimensão social a qual ela está inserida (ELIAS:1993)

 

“Haciendas cañeras, despojos y cimarronaje en Territorio Ancestral Afroecuatoriano”

Morales Troya, Ana Maria (estudiante, UNSAM, Argentina)  anamoralest@gmail.com 

Resumen: La presente ponencia trata sobre la transición que se dio en los sesentas de la estructura de Hacienda luego de la llegada de la Reforma Agraria en comunidades afrodescendientes en la sierra norte de Ecuador. El origen de estas comunidades se remite al complejo jesuita que se conformó en el siglo XVII. Su principal producción fue de la caña de azúcar con mano de obra esclavizada africana. Cuando los jesuitas son expulsados en 1767 de la Real Audiencia de Quito para ese entonces, las haciendas, junto con las personas que vivían allí, fueron administradas por el Rey de España y las Temporalidades (Bouisson 1997, 50). Luego, los dueños ecuatorianos que adquirieron esos terrenos continuaron perpetuando un modelo esclavista, con ligeros cambios a pesar de su abolición en 1851, hasta aproximadamente 1964 que inicia la Reforma Agraria. Esta transición se encuentra todavía presente en la memoria de hombres y mujeres. Entrevistados y entrevistadas de las comunidades asocian el fin de la esclavitud con la llegada de la Reforma Agraria y la repartición de terrenos, el amo o patrón no existió más. La ponencia analiza las construcciones de memoria en torno al sistema de vida de la Hacienda. El rol del amo y su presencia en los relatos será considerada para el entendimiento de las relaciones de poder y de género que se ejercían. En este sentido, se reconstruye la estructura de la hacienda como tal y la consecuencia de su abolición en la repartición de terrenos que fue realizada de manera patrilineal. Paralelamente se ahonda sobre la construcción de racialidades y de desigualdades de género presentes en los testimonios de ex trabajadores/as a partir de su relación con el amo o patrón. En este sentido, las desigualdades de género y raciales resultan vitales para comprender la repartición territorial como tal, la conformación de una propiedad privada en la parcelación de la hacienda y una nueva configuración del espacio doméstico. Estos cambios provocaron un nuevo despojo del territorio de las mujeres afroecuatorianas.

 

"Terra Clássica do Fumo: Recôncavo Baiano, Tráfico Transatlântico, Memória e Gênero”

FALCÃO LESSA, Rosana (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO) lessarosana05@gmail.com

Resumen: Este trabalho visa estabelecer um diálogo com a história do Recôncavo Baiano, memória, gênero e as condições que configuraram o período de transição do trabalho escravo para o livre, à luz do cotidiano e  protagonismo de mulheres negras, sustentáculo, econômico e cultural da região. Procuramos demonstrar as relações de poder presentes nas versões perpetuadas ao longo dos séculos, ou melhor,evidenciamos como as disputas de memórias operam na construção da história e das identidades.



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